Pinky está em fuga. À noite, as ruas vazias cheiram ao apocalipse e a cidade parece estar a arder. Os narcóticos rodopiam pelas veias e pelo ar. Tendo-se libertado das garras de uma seita liderada por um certo “padre” e decidido a tomar o seu destino nas suas próprias mãos, Pinky está agora escondido numa fábrica ilegal de T-shirts, rodeado de tintas, slogans e prensas térmicas. Pinky procura a luz ao fundo do túnel, mas sente-se perseguido pelos seus fantasmas. Luta pela vida e a Colômbia está a arder. Mas a Colômbia está viva. Quanto mais “Los Conductos” mergulha no pesadelo e na alucinação, mais duro, mais político e mais ávido de realidade se torna o filme. Restrepo explora a poesia através de metáforas visuais do desdobramento, do duplo, da repetição; uma máquina centrípeta, uma circularidade que encurrala e que parece não deixar saída. Um filme de realismo alucinado que vai não só ao mais profundo e escuro, mas tenta transformá-lo.